quarta-feira, 29 de agosto de 2012

PCB cria a sua Comissão da Verdade

O Comitê Central do PCB decidiu compor uma Comissão da Verdade própria para pesquisar, organizar e produzir um relatório sobre os crimes cometidos pelo Estado e seus agentes durante a ditadura militar-empresarial que tomou de assalto de forma golpista o poder no país no período entre 1964 e 1985.

O órgão terá seu funcionamento e trabalhos organizados de forma coletiva pelo próprio Comitê Central. De acordo com o secretário-geral do PCB, Ivan Pinheiro, a medida visa garantir que todos os atos cometidos contra o Partido e seus militantes durante aqueles anos dramáticos sejam levados ao conhecimento público.

"Temos razões para suspeitar que a Comissão da Verdade criada pelo Governo Federal possa não trazer resultados que contemplem os anseios por informação dos familiares de mortos, desaparecidos e torturados por aquele regime ditatorial. O Partido toma como sua a luta dessas pessoas; o arbítrio cometido a todo e qualquer militante de nossas fileiras é o arbítrio contra o PCB, seu ideário e sua prática cotidiana de organização do povo em prol de sua libertação. Nosso Comitê Central assume como das maiores responsabilidades e principais tarefas do presente esclarecer o que precisa ser trazido ao conhecimento da população", ressaltou Ivan.

A iniciativa prevê a pesquisa e coleta de informações e documentos, além de entrevistas e a produção de um relatório que deverá ser encaminhado à Comissão da Verdadecriada pelo governo.

"Fomos a organização que mais teve militantes sofrendo as agruras da Ditadura. Mais de uma dezena de nossos camaradas continuam desaparecidos, outras dezenas foram assassinados, centenas, quiçá milhares, sofreram torturas, outros milhares foram prejudicados em seus empregos, em sua vida familiar", comentou o secretário-geral.

Dessa forma, o PCB conclama os militantes daquele período que ainda se encontram em nossas fileiras, aos familiares, amigos e colegas de nossos militantes que foram prejudicados pela ditadura, a entrarem em contato com o Partido para que possamos organizar um relatório o mais completo possível.

Solicitamos a qualquer cidadão que tiver informações a respeito do tema, e desde já lhe agradecemos por isso, que entre em contato com o PCB.

PCB – Partido Comunista Brasileiro
Secretariado Nacional

"O recebimento de informações e materiais será centralizado pelo Secretariado Nacional do PCB, que é contactado através do e-mail pcb@pcb.org.br e/ou do telefone (21) 2262-0855."

domingo, 19 de agosto de 2012

Para que o PCB disputa eleições?

imagem         (Nota da Comissão Política Nacional do PCB)

Pode parecer difícil entender por que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) disputa as eleições com poucos candidatos, em chapa própria ou em algumas coligações com pouca densidade eleitoral, reduzindo nossas chances de vitória.

É porque o povo é levado a pensar que a “política” se reduz às disputas eleitorais e acontece apenas de quatro em quatro anos, ou de dois em dois, já que eleições nos municípios não coincidem com as estaduais ou federais.

A mídia faz com que as eleições se transformem num “show”, escondendo o debate sobre os problemas reais vividos pela população. Nós do PCB não somos um partido eleitoreiro; não queremos crescer a partir de alianças e/ou acordos oportunistas, incompatíveis com nossas ideias e convicções. Por isso, a história das lutas dos trabalhadores brasileiros não pode ser contada sem que se fale no PCB. São 90 anos de vida ativa e coerente em defesa da classe trabalhadora.

O PCB desenvolve uma linha política revolucionária, e acha que nas eleições deve ocorrer um debate profundo sobre a vida dos trabalhadores nas cidades e no campo, que não está descolada da situação do país e do mundo. Os candidatos do PCB não participam das eleições apenas para tentar ganhá-las, mas para fazer com que este debate exista, avançando a luta dos trabalhadores e a organização dos movimentos sociais.

O momento exige uma reflexão sobre a necessidade de uma mudança radical no “desenvolvimento” das cidades. Este deve existir a partir das necessidades dos trabalhadores e das camadas populares, maiores vítimas da exploração e do caos urbano gerado pelo capitalismo. Afinal de contas, sentimos na pele a queda da qualidade de vida pelo aumento da violência e das doenças, pela desigualdade de acesso à educação, ao conhecimento e à cultura, pela destruição do meio ambiente.

O PCB se recusa a fazer parte do jogo sujo que transforma os partidos políticos em meros fantoches de grandes grupos econômicos que não se importam com os trabalhadores. Não usamos as eleições para fazer falsas promessas e enganar o povo. Afinal de contas, o trabalhador vai sendo alijado dos fóruns de decisão e cada vez mais se tornando massa de manobra em favor dos interesses dos poderosos.

Não achamos que “é feio” perder eleições. Entendemos exatamente o contrário; feio é ganhar eleições através da compra de votos, de falsas promessas, de políticas inconsistentes que transformam tudo em jogo eleitoral e afastam a participação popular após o pleito, que trata o eleitor como “consumidor” de candidatos transformados em “mercadoria” pelo marketing e as conveniências do momento.

Nessas eleições, em todas as cidades em que tiver candidatos, o PCB falará uma só linguagem, pois tem um como princípio o compromisso com os trabalhadores. Queremos sim eleger alguns dos nossos candidatos, para que os comunistas transformem seus mandatos em instrumento a serviço da denúncia política, da crítica ao capitalismo, da apresentação de propostas objetivas para os interesses da classe trabalhadora e, principalmente, do apoio às lutas populares e defesa de seus interesses.

Para o PCB, a política não se esgota no voto, não se limita à época das eleições. Os trabalhadores devem fazer política o ano todo, organizando-se, lutando e debatendo tudo que lhes diz respeito como o orçamento público, a educação, a saúde, os transportes, a cultura, a assistência social, a reforma urbana e agrária, a preservação ambiental. E principalmente uma nova sociedade, sem explorados nem exploradores.

Para podermos construir o verdadeiro Poder Popular, só com muita luta e organização todos os dias, não apenas no calendário eleitoral. Convidamos você a fazer parte desse projeto, não apenas através de seu votoconsciente no PCB mas principalmente de sua participação nos movimentos sociais e políticos populares organizados.

Construa ao nosso lado a nova ordem socialista! Só a luta muda a vida!

PCB – Partido Comunista Brasileiro

Vale a Pena Viver Quando Se é Comunista








































Quando a noite parece eterna
e o frio nos quebra a alma.
Quando a vida se perde por nada
e o futuro não passa de uma promessa.

Nos perguntamos: vale a pena?
Quando a classe parece morta
e a luta é só uma lembrança.
Quando os amigos e as amigas se vão
e os abraços se fazem distância.

Nos perguntamos: Vale a pena?
Quando a história se torna farsa
e outubro não é mais que um mês.
Quando a memória já nos falta
e maio se transforma em festa.

Nos perguntamos: vale a pena?
Mas, quando entre camaradas nos encontramos
e ousamos sonhar futuros.
Quando a teoria nos aclara a vista
e com o povo, ombro a ombro, marchamos.

Respondemos: vale a pena viver, quando se é comunista.
                                                  (Antonio Gramsci)