O PCB vem a público repudiar veementemente a proposta de reajuste de 126% dos salários dos vereadores de Campinas, que faria com que os atuais R$6.636,24 fossem para R$ 15 mil.
O valor por si só é uma afronta à renda familiar per capita de cerca de 50% da população brasileira, que vive com míseros R$375. Ou seja, tomando como exemplo uma família de 5 pessoas, se todos trabalharem – inclusive os filhos - a soma do que todos os membros da família recebem é de R$1.875. O valor proposto pelos vereadores é 8 vezes isso e 27,5 vezes maior que o salário mínimo vigente, o qual sofreu um aumento menor que 7% em relação a 2010!
A proposta oportunista formulada pelo vereador Pedro Serafim (PDT) não pára por aí. Enquanto o salário mínimo atual tem o mesmo valor real do salário mínimo de 1985, os vereadores tem a “coragem” de afirmar que o reajuste é legal, dado que o salário de vereadores em cidades com mais de 500 mil habitantes podem chegar a 75% do salário de um deputado estadual. Como se os salários dos deputados fosse parâmetro de comparação e como se estes não usassem da mesma liberdade desonesta dos vereadores de Campinas de aumentar os próprios salários!
Além dos absurdos acima, o vereador faz uso de meias verdades e manipula a situação afirmando, por exemplo, que não haverá ônus aos cofres públicospois serão cortados gastos das verbas dos gabinetes. A pergunta é, por que então não se corta a verba de gabinete, mantém-se o reajuste conforme a inflação e aplica-se os quase meio milhão de reais economizados em áreas prioritárias à classe trabalhadora, como saúde e educação?
Seguindo a série de artimanhas argumentativas, o vereador Pedro Serafim afirma que “sem um salário atrativo no cargo, não há pessoas de expressão na sociedade que desejem ocupar uma cadeira na Câmara”. O PCB acredita que se as tais “pessoas de expressão” forem os já ricos e poderosos capitalistas da região, as condições de vida da classe trabalhadora campineira irão se degradar, visto que só defenderão os interesses de sua classe dominante, a burguesia. Lembremos que os deputados federais representantes dessa classe aprovaram o insignificante aumento do salário mínimo neste ano, fato que agrada e muito aos patrões e empregadores.
Fora os argumentos não convincentes utilizados pelo excelentíssimo vereador, fato que chama a atenção é que a última sessão ordinária da câmara de vereadores este ano se dará no dia 14 de dezembro e a votação do aumento no dia 12. Ou seja, votações de interesses particulares que incitam desconfianças são feitas às pressas, sem nenhuma participação popular, numa das últimas sessões do ano!
Abaixo os 126% de aumento!
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